Felipe Shikama
felipe.shikama@jcruzeiro.com.br
A fase eliminatória aconteceu sexta-feira (28) e sábado (29), com apresentações das 24 canções classificadas, sendo 12 de artistas da região e outras 12 de compositores do restante do país. Já a final, com o anúncio dos cinco primeiros colocados e os vencedores nas categorias Meio ambiente, Melhor intérprete, Melhor letra e Prêmio Comunicação ocorreu na noite de domingo (30). "Fiquei surpreso e muito feliz porque o nível das composições estava muito alto", comemora Hugo Rafael, premiado com R$ 2 mil.
Neste ano, o festival recebeu um total de 314 canções de representantes de mais de 70 cidades brasileiras. Além de Hugo Rafael, as bandas sorocabanas Mariamadame e Monoclub também tiveram suas músicas entre as finalistas do festival promovido pela Coordenadoria de Cultura e Turismo de São Miguel Arcanjo.
Hugo Rafael, que em 2011 venceu o quadro Jovens talentos do Programa Raul Gil (SBT), conta que a música Quiçá foi composta há seis anos e narra a história de um rapaz em busca de alternativas para sair de uma situação adversa. "É uma narrativa contada em fábula. Essa situação melhor pode ser na profissão, existência, no relacionamento. Eu acho que a gente é carente de autoajuda, de saber se está fazendo a coisa certa ou não e a música fala disso. Acho que o público e os jurados [do festival] se identificaram com isso", explica.
O artista adianta que a música vice-campeã do festival fará parte do CD Dois pesos e uma medida, gravado em parceria com o pianista e compositor sorocabano João Leopoldo. "Esse CD terá músicas autorias minhas e do João que estavam na gaveta e ainda não tínhamos tido a oportunidade de gravar", antecipa. O lançamento do disco está previsto para o primeiro trimestre de 2015.
Diante do bom desempenho atingido em São Miguel Arcanjo, Hugo Rafael e João Leopoldo planejam inscrever novas canções em outros festivais de música de 2015. "A gente não estava mais inscrevendo por falta de tempo nas nossas agendas, mas esse resultado nos deu uma animada e queremos dar mais prioridade a isso no ano que vem", admite Hugo.
Para o cantor e compositor sorocabano, a oportunidade de participar de festivais de música autoral é positiva por duas razões principais. Primeiro porque promove a troca de experiência com outros compositores e, em segundo, porque serve como "termômetro" da aceitação do trabalho junto ao público e aos jurados. "Esse network com compositores do Brasil todo, com influências diferentes e maneira de pensar diferente, é muito enriquecedor para o nosso trabalho. Além disso, os festivais servem para a gente medir a temperatura da música popular brasileira. Aliás, o mais bacana dos festivais é que eles não têm as mesmas preocupações do mercado e conseguem resgatar esse lado da poesia, daquilo que sai do coração para as pessoas", pontua.
